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ENTREVISTA
O MOMENTO É PARA VALORIZAR O QUE É NOSSO

CEO da Pomptur Turismo, uma das mais tradicionais e respeitadas operadoras do Brasil, Marina Figueiredo engrossa o time de profissionais do trade turístico alinhados com o Movimento Supera Turismo Brasil, para a retomada do turismo nacional pós-pandemia

POR LUIZ FRANÇA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marina Figueiredo_Pomptur Marina Figueiredo excursionando pela Serra Catarinense

 

 

 

Guia do Viajante Responsável NOTA DA REDAÇÃO: Durante o fechamento dessa matéria, o Movimento Supera Turismo Brasil lançou o Guia do Viajante Responsável, com o objetivo de promover uma retomada segura, valorizar os atrativos turísticos nacionais e fortalecer o mercado doméstico como vetor estratégico para o desenvolvimento sustentável.
Clique AQUI para ler | baixar o guia.
VIAGEM + LUXO: Levando em consideração que o Movimento Supera Turismo Brasil nasceu com a proposta de resgatar e prestigiar o setor nacional de viagens, corporativo ou de lazer, diante de um cenário atual de tantas incertezas, quais são as ações que a entidade pretende adotar?
MARINA FIGUEIREDO: O Movimento Supera Turismo Brasil foi lançado em junho passado, uma iniciativa formada por profissionais do trade turístico que hoje sinaliza a necessidade de uma retomada mais construtiva, envolvendo empresários, entidades e outros players para dialogar mais diretamente com o viajante. A gente percebe que a credibilidade do viajante tem que ser reconstruída, uma mola propulsora para impulsionar a retomada da economia do país. De que forma? Apoiando a retomada do turismo com segurança, divulgando as viagens de forma compartilhada com o maior número de pessoas engajadas; orientando os viajantes sobre cuidados nas viagens pós-retomada; e ajudando a restabelecer a empregabilidade e a renda dos milhares de colaboradores do turismo no Brasil. Em dois meses de atuação, o Movimento já conseguiu valorizar o turismo nacional e focar a importância do turismo como pauta principal. A meta, agora, é reforçar os cuidados nas viagens pós-retomada, criando uma nova campanha focada no viajante responsável.
O setor turístico, desde destinos até companhias aéreas, hotelarias e estabelecimentos comerciais, foi o mais prejudicado devido a pandemia do Coronavírus. Com as novas medidas parciais de flexibilização e os protocolos de segurança adotados, hoje o desafio é se adaptar com o que foi batizado de um “novo normal”. Qual é a contribuição do Movimento Supera Turismo Brasil para aquecer o mercado interno de viagens?
Com certeza, nosso setor deverá sair dessa crise como o mais prejudicado. Fomos o primeiro a sofrer os impactos da crise e as tendências apontam que seremos os últimos a alcançar a normalidade. Precisamos nos reinventar, construindo novos protocolos. Acreditamos que estamos prontos para receber nesse “novo normal”. O desafio é enorme, mas estamos conscientes da nossa responsabilidade e estamos muito organizados, com apoio e suporte das entidades que estiveram o tempo todo apoiando esse processo. Queremos mostrar aos brasileiros que viajar pelo Brasil é incrível, somos um dos países com maior diversidade de belezas naturais do mundo, uma riqueza cultural enorme, diversidade e variedade para todos os gostos.
O mundo inteiro vive uma realidade de insegurança, desmotivação e medo. Na sua opinião, qual vai ser a tendência do “novo viajante”? Muitos apostam no turismo de reclusão. Acredita que o momento é para prestigiar os destinos nacionais em troca de viagens para o exterior?
Sim, com certeza o momento é para viagens domésticas. Essa será a tendência no mundo todo. Até por conta das fronteiras fechadas, incertezas e tudo mais… As viagens nesse primeiro momento serão somente internas. A retomada será gradual, iniciando com a procura por destinos mais próximos, mais naturais e abertos, evitando a aglomeração. Acho difícil dizer como será esse novo viajante, ainda tem muita coisa para acontecer e entender… Muita coisa pode mudar ainda, mas acredito que teremos um viajante mais responsável e cuidadoso, priorizando a segurança de sua família, que entende que ter um profissional do setor por trás dando suporte é muito importante… Por conta desse fortalecimento do turismo doméstico, muitos terão oportunidade de descobrir o nosso país, de conhecer novos destinos e descobrir novos lugares e roteiros.
Os órgãos governamentais podem contribuir para a normalidade do setor turístico nacional a curto prazo? Quais seriam as medidas necessárias? O Movimento Supera Turismo Brasil tem apoio governamental?
O Supera Turismo é um movimento sem qualquer conotação política-ideológica ou partidária. Não tem nenhuma verba de governo, aliás somos todos voluntários, envolvendo empresários e entidades do setor. Mas com certeza, os governos de todas as esferas têm um papel muito importante para a “normalidade” do setor, aliás eles têm o poder de acelerar e dar mais saúde ao setor, especialmente em medidas referentes a empregos, um dos objetivos do Movimento. Uma das grandes “brigas” é exatamente que entendam que o setor sofre e é impactado de maneira diferente, e assim precisa ser visto de forma diferente. O setor turístico tem a capacidade e potencial para ajudar o país a superar também a crise. Pesquisas mostram que no mundo inteiro 1 a cada 4 novos empregos é gerado pelo setor do turismo. No Brasil éramos mais de 7 milhões de empregos, quase 8% PIB nacional, impactamos de forma positiva em mais de 50 diferentes segmentos.
Com os cancelamentos dos encontros corporativos, feiras oficiais e eventos de entretenimentos, uma forma de compensar o distanciamento está sendo promover encontros virtuais, lives usadas como ferramentas de lazer, troca de informações mas principalmente elucidar novas estratégias para superar as adversidades ocasionadas pela pandemia. Confia na eficácia online?
Acreditamos que é uma necessidade do momento. Já que não podemos nos reunir, o virtual veio para tentar suprir essa necessidade e fazer com que as coisas não parassem completamente. Temos notado que muitos executivos já voltaram a viajar, mais do que nunca eles precisam recuperar o tempo perdido. O Brasil tem urgência e necessidade de viajar. Muita mudança deverá ser absorvida nos grandes eventos, a tecnologia está cada vez mais presente, mas acredito que para agregar aos eventos físicos, teremos novos modelos como os híbridos, que já existiam antes e agora aceleraram e ganharam mais força. Teremos mudanças, mas os grandes eventos não serão substituídos de forma definitiva. Nada substitui o olho no olho.
Qual vai ser o futuro das feiras presenciais voltadas ao setor, como ABAV e WTM Latin America? Acredita que seus organizadores deverão adotar novos formatos sem abrir da característica principal que é o calor humano?
Sempre digo que os melhores negócios são fechados no corredor, aqueles encontros “casuais” em eventos. Isso, por exemplo, o virtual não permite. Networking é construído muito no presencial, mas mudanças nos grandes eventos do setor devem ser feitas, e nada tem a ver com a pandemia. Precisamos reformular, inovar, entender melhor o que é importante e o papel das grandes feiras e eventos do turismo. Temos um questionamento momentâneo que é a questão da aglomeração, viagens e tudo mais, que temos que entender em que momento será possível novamente voltar a fazer esses grandes encontros presenciais, mas isso com certeza é questão de tempo. Webinar é a alternativa do momento, mas os principais eventos já tem suas edições remarcadas para 2021. Ninguém quer e está deixando de acreditar nos encontros presenciais. Resiliência e criatividade são as palavras chaves.

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